Fim da nossa música
E, de súbito, o rádio parou de tocar aquela música, a nossa música, entrando em estado de silêncio absurdo, como quem reverencia a morte de alguém.
Os retratos já não ocupam o mesmo espaço na bancada e as lembraças foram mudadas de lugar na memória.
Os adjetivos que nos indentifica já não são mais os mesmos. Não mais possuem sabor adocicado, como se fossem regados de mel. Agora são mais amargos, mais duros, mais dolorosos...
Há um conflito interno que tenta determinar se foi bom ou ruim, ou o que foi bom e o que foi ruim, se está melhor ou pior assim, e o que há de vir...o que será?!
Corações aflitos, ao som do silêncio noturno. Pois é quando tudo se cala que fica mais fácil ouvir o tum-tum do coração. O difícil mesmo é traduzir, é compreender o que ele quer dizer.
Nossas decisões, quais sejam, grandes ou pequenas, determinarão todo o curso futuro de nossas vidas. E saber disto pesa. Pesa de tal forma que nos faz paralisar ante à decisão, com medo de dar o passo errado. Pois, uma vez decidido, já não se pode voltar atrás. Porque, ainda que voltemos, o tempo já não será o mesmo, as pessoas já não serão as mesmas, nós não seremos mesmos...