CEGA LUZ

"Velho cego, choravas quando a tua vida

era boa, e tinhas em teus olhos o sol..."

Pablo Neruda

Meu pranto é planta carnívora

Que me devora nos ais e sentidos;

É como o canto do fel da hora

Que se agoniza em meus ouvidos.

Manhãs em bordas de neblinas,

Aos gorjeios em ninhos tristonhos.

No olhar, embaçam-se meninas

E, no breu, apagam-se os sonhos.

Raspas de trilos, ecos de restos...

Crava minha alma, tal desespero

Cego coração sob rudes gestos,

Já não vê no ar, asas que espero.

Cadê o céu que outrora adejava,

Sonhando algum dia eu regressar?

Fez-se breu a luz que iluminava

E hoje canto para não mais chorar.

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Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 09 de maio de 2013.

AURORA

Levanta-se o dia em brilho radiante,

Qual formosa amante meiga e acolhida,...

Entre lírios, rosas e margaridas,

Onde o sol é mais forte, mais brilhante.

Por aqui não há choro nem queixumes,

A neblina já se desfez aos poucos...

E aquele murmurar tão triste e rouco,

Agora é um cantar entre vaga-lumes.

Nos ninhos feitos com muito carinho,

Chilreiam incessantes os passarinhos...

As sonoras melodias das manhãs.

Abelhas produzem o doce mel,

E o rio corre em direção ao Céu,

Por entre os arbustos de romãs.

(Adria Comparini)

Cara amiga, Adria, teus versos clareiam meus dias, com a força da natural realeza deste sol que me traz alegria, revestido de imensa pureza. Grato, por mais esta linda interação. Moras em meu coração, cara poetisa! Abraço carinhoso a ti.

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Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 09/05/2013
Reeditado em 07/02/2014
Código do texto: T4281204
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