Ciclo final
Dor que dilacera o coração.
Aperto e sufoco no peito e n’alma,
Espírito chora em sofreguidão.
Ciclo final sem calma.
Forças vitais onde estão? Não há.
Há uma mente firme e consciente.
Locomoção é ação devagar,
Transformação do ator em paciente
Queria de modo flamante resgatar.
Trazer-te a força da juventude .
Fazer reviver a esperança e acalentar.
O ser no ciclo sem juventude.
Teu olhar tão distante parece falar:
Já não creio na vida e nem na morte,
Não sonho e no silencio quero estar.
Deixe-me partir quero a morte
Olhar e ver o que os anos fazem
Trazem para a vida a dependência.
Com a inflexão nerval que não reagem
Aos esforços e estímulos da paciência.
A juventude se foi a velhice chegou.
Ninguém é imune a idade, ou imortal.
Não se pode ser fugitivo do normal.
Normal e imanente ao que sobrevive
É viver e no tempo certo envelhecer.
Não é desumano deixar viver até morrer.
A transitória passagem de ida através da dor
Terás que viver, não receberás a eutanásia
A transitória passagem de ida através da dor
Terás que viver, não receberás a eutanásia.
É viver e no tempo certo envelhecer.
Não é desumano deixar viver até morrer.
Não depende de nós a chegada ou partida.
Não se pode dizer irei hoje ou amanhã.
Assim usufrua da vida que lhe foi permitida.
Tens tempo para viver, viva.
Tens tempo para amar, ame.
Tens tempo para arrepender, arrependa-se.
Tens tempo para perdoar, perdoa.
Não desperdice o seu tempo a toa.