A TRISTEZA DO POETA
Cá, estou sentado,
Só e cheio de vazio...
Com saudade da presença materna
Que se perdeste no leito do rio.
Seguindo seu volume de fel.
Cheio de puro mel – sem sabor.
Choro lágrimas de saudades.
O dia partilha a minha tristeza.
Derramando suas lágrimas do céu.
Lavando a terra com destreza.
Dando vida ao inanimado.
Despertando o dom do arrasado.
Que vencido pela dor há-se acabado.
Dia bom o de outrora.
Momento de alegria.
Mi padre cheio de força e lamento.
Que o tomaste conta com o tempo.
A fraternidade abalada pela insegurança e revolta.
Do amor que se foi e não mais volta.
A quem ir nesta hora?
Se nem o divino hei de escutar.
No silêncio hei de ficar.
Adjunto a escuridão a me confortar.
Parceiros da vida toda e agora.
Dão-me o conforto dessa hora.
Que o tempo não mais traz.
Nem enxergo, olhando pra trás.
Obs.: poesia feita em 15/08/05.