O amor...distante
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Se você é o como vento...que não vejo, mas sinto...
não se deixe misturar com o cheiro
da névoa fria espalhada ao longe;
ignore os sons dos cristais que se quebram
nem vivencie os romances amarelarem.
Muitos deles estão adormecidos, uns sobre os outros,
no sótão do meu guarda-roupa, guardados ali
para um dia ...oxalá sejam relidos.
Cada um relata uma história, aponta uma estrada,
vãs buscas de sonhos envoltos em utopias.
Construí minha vida ao longo de uma muralha,
repartindo minha visão em muitas janelas,
cada uma observando um folhetim, uma história...
admirando grandes vales, relvas e até as urzes
que rodeavam o morro dos ventos uivantes.
O tempo muda meus sentimentos de lugar,
há dias que o sol fica entorpecido,escondendo-se,
das tempestades volumosas e arrogantes,
e em outros encobre a lua, apaga as estrelas
porque o amor continua alheio e distante...
Antes de partir, urge que eu ouça sons,
de sinos longínquos, pois não existindo variantes,
não poderei mais inventar sonhos
ou contar muitas mentiras, não aprendi
umedecer meu coração nem congelar o tempo...