Do Começo ao Fim
Nas profundezas fui acolhido sem escolhas, mutilado por verdades dolorosas.
Pois sobrevivo na sombra do mundo, nem destinado à vida, tampouco para a morte.
Sou um andarilho acorrentado que uiva seu grito mudo e despeja suas maldições a Deuses e Santos.
Um prisioneiro em sua prisão sem muros e nenhum privilégio.
Sem esperanças vãs e tolas, sem palavras de um amanhã em retorno.
Pois até mesmo os amanhãs são pintados de negros como túmulos... Negros como os dias que estão por vir, como o presente que se esfarela para deitar-se junto ao passado que já se perdeu nas profundezas em que me encontro.
Que apaguem as velas... Que desmoronem as igrejas. Deus é uma farsa...
Não passa de um sorriso cheio de dentes afiados.
Que tudo seja queimado.
Da carne ao espírito...
Do sangue aos ossos...
Do começo ao fim!