Prefácio do Assassinado
Nasce à noite...
Em seu berço vêm os sentimentos por você que residem em meu templo.
Emoções de tempestade transbordando em cálice profundo.
As sombras de minha mente cansada sobrevivem pelo veneno perpetrado em meu coração...
E o apelo do anseio por seu encontro atrofia a minha vontade de prosseguir.
A verdade rasga minha alma do passado ao futuro, do negro ao branco.
Sou pobre poeta agora, o poeta do hediondo.
O véu me foi roubado e meus olhos noturnos enxergam esse nosso verdadeiro mundo construído sobre ossos do sofrimento.
Sou um morto entre vivos...
Um vivo entre os mortos.
E quando renasce o dia...
Em sua harmonia vêm às saudades por você que me afligem em muda dor e invisíveis lágrimas.
Lembranças de um ontem perdido. Estou de luto por um futuro que foi arrancado de mim.
Minha boca hesita em pronunciar o nome que me trouxe perdição.
O nome que me anunciou ao reino negro e jogou-me por fim as águas desconhecidas de um lugar sem batismo.
Sou a raposa de o pequeno príncipe.
Sou as páginas arrancadas da história.
Sou sonho perdido... Esquecido... E desprezado.
Sou aquele que caminha amaldiçoado!