Agosto Negro!
Queimei o meu sorriso juntamente com minhas esperanças.
Desmantelei o meu nome, minhas frases, minhas esquinas.
Observei a chuva cair com outros olhos, como alguém que observa o precipício.
Apenas me falta coragem!
Não irei mentir e nem cantar...
Minha voz é meu lamento e minhas palavras são maldições.
Tudo que me restaram foram às cinzas de minha vida, os espinhos de minha alma e meus pesadelos.
Eu nasci no terceiro dia de maio e morri no último dia de agosto.
Meu dia negro...
Meu dia de dor...
Meu dia de revelação!
Hoje vi a resposta em minhas lágrimas.
Cerrarei as janelas, fecharei as cortinas, cobrirei os móveis com mantos pesados.
Caminharei pela casa em respeitoso silêncio.
Sem despedidas, sem olhar para trás, sem lembranças...
Carregarei comigo somente minha tristeza, meu olhar cinza e meu ódio por Deus.
Sairei pela porta da frente sem me importar de trancá-la.
Partirei!
Afinal... Queimei meu sorriso juntamente com minhas esperanças.
Desmantelei meu nome, minhas frases, minhas esquinas.
Eu nasci no terceiro dia de maio... E morri no último dia de agosto!