Em meus lenços
Sozinha perdida
Em meio a multidão
Sem ter com quem falar
Abraço-me com a solidão
Peço colo a saudade
Mais é em vão
Lágrimas contidas
Em meus lenços
Que nunca
Me abandonou
Palavras presas
Na voz que se calou
Hoje sou nada
Nesse vazio
Que se formou
Vejo um mar revolto
Na minha frente
Meu rosto frio
As minhas mãos congelando
E meu coração implorando
Com sede de vida
Ele avisa que não é hora
Para desanimar
A tristeza insiste
E no peito não quer parar
Meu velho e meu amigo
Que vem pra me consolar
Só ele sabe do meu sofrer
Meu companheiro
Das minhas lágrimas
E minha dor.