Da morte...

A morte parece-me um louco vácuo

que das lágrimas bebe insatisfeita

tirando-nos um ar.

E vamos..., quietos e frios,

na escuridão do desconhecido.

Há quem morra todos os dias;

eu não.

Tenho-na como ingrata e certa.

Quando a tolero, morre um pouco de mim

num fraco vazio

que possuo adormecido,

onde a vida me esconde.

Sua voz é o silêncio triste

dos sons que se perdem

entre os sonhos da voz.

Deus me livre morrer um dia.

Para isso dei meu corpo poeirento

para ficar: ele é o féretro

enchendo o vazio de minha sepultura.