Linhas Incógnitas
De todas as noites que chorei
De todas as preces que rezei
Nada me fez tão bem quanto a minha cama no final do dia
Nem o além ou tua atenção aliviou-me tanto aquela agonia...
Blocos de concreto bem fixos
Torres de Pisa retas em chão liso
Uma fortaleza construída sobre meus sonhos
Tem algo errado, não paro de ouvir em meu coração gritos medonhos...
Sou um desertor de alegrias
Fugindo da pouca aventurança que me resta
Deixando apenas fuligem a toda vista
Sou o rei Midas...
O conto termina quando acordo
As fábulas se estendem a toda rota
A cada caminho um pensamento
Um acreditar sem fundamento...
E o seu rosto me traz explicações que duvido
Sua boca suja teima em me deixar triste
Eu não entendo, eu não sei por que você tanto insiste...
Vermelho é o mar
Negro está meu céu
Mais uma estrela cai e o sangue jorra no véu...
Meu mundo rege leis que não me agradam
Como conseguência vou matando almas
Corações já molestados...
A espada batiza e clama
Teu nome ardentemente chama...
Vida púrpura do amanhecer
Fonte da juventude que nunca vou ter...
Que toda esta dor se amarre aqui e suma quando a terra me compreender.