Amaldiçoado ser
Tenho vontade de chorar
Sucumbir ao nada por prazer
Já é gosto desistir de entender
Quero abandonar o esclarecimento
Esvaziar o pote da sabedoria
Fingir que não sei de nada
Acreditar que sou vazia
Se eu sei – sofro
Choramingo mínguas
Caio em desgraça de graça
Corro para a minha fortaleza:
A fraqueza.
Compreender é engolir
E tentar chorar é vomitar
Nesta náusea eu só desperdiço
Rubro sangue de puro viço
Se fluir lágrimas
Doar vísceras, coração e alma
Algo sobrevive a minha vontade
A maldade...
Faleci e esqueci de dizer
Jaz aqui um amaldiçoado ser