UM TRISTE SONHADOR

Sonhou que ganharia,
O pão de cada santo dia,
Transcendendo, tecendo poesias,
Bem que tentou o nobre poeta,
Manteve as asas abertas,
O olhar redivivo,
Procurou as pessoas certas,
Se virou de maneiras mil,
E com um esforço varonil,
Lançou o seu livro,
Muito esperançado,
Aguardou o resultado,
Da primeira edição,
Uma semana, um mês, nada,
Que decepção!
A alma agora? desencantada,
Asas cortadas, sofreguidão,
Se esqueceu, o coitado,
Que nasceu no Brasil,
E que aqui, poesia não vende,
Quase ninguém entende,
Ou não querem entender,
Do universo poético,
É tudo muito métrico,
Preferem os jornais sangrentos,
O congestionamento,
O futebol, o carnaval, a nudez,
Aqui...? poesia não tem vez,
São versos sem valores,
Se esqueceu o coitado,
Que a pátria mãe, não é nada gentil,
Com os sonhadores.