Vida Malograda

Vida odorífera que preenchia os pulmões

nos tempos de outrora.

És vida malograda, esta que hoje nos apresenta

sórdida e indelicada.

Tirastes de mim a redolência dos olhos

e o sorriso sincero de criança.

Penumbra cinza que cobre a face do ser,

obscurecendo o policromo da vida.

Eviterno retorno que não cessa

Rebobinando a fita cassete de nossa vida

Como um filme que se repete monotonamente

Esfalfando nossas vidas presente,

pela incerteza do amanhã,

assim trilhamos por áscuas dolorosas.

Carregando cruzes que não são nossas

Rumo ao calvário umbroso da morte

Onde habitastes a criança que fomos?

Aquela que tinha o mundo no brilho dos olhos,

e tudo era visto como um sonho sublime.

Dorme em mim aquela criança?

Talvez perdida no limbo das lembranças,

chorando por ter sido esquecida.

A inocência que nos fora arrancada,

em troca da sobrevivência,

rasgou o véu da refulgência e

perdemos nosso mundo utópico

Felizes são as crianças por não saberem pelo que as esperam;

Na expectativa do que vir-a-ser,

tomam a ambrosia que as iludem com utopias futuras,

na esperança de coisas melhores.

Pois se pudessem prever sua árdua batalha vindoura,

entenderiam que não estão condenados à morte,

e sim à vida...

Nishi Joichiro
Enviado por Nishi Joichiro em 25/04/2013
Reeditado em 25/04/2013
Código do texto: T4258136
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.