SEM BRILHO

Há uma lua platina, tão viva lá fora,
Sendo, envolvendo, resplandecendo,
Me convidando para ir embora...
Em um voo noturno, estupendo.

Mas, na eternidade do meu agora,
Há uma silenciosa dor me pertencendo,
Uma misteriosa saudade vigora,
Lesa, pesa as asas; e eu me rendo.

Me recolho ao comum da madrugada,
Sem voo, sem o brilho da lua e da alma amada.