NUNCA MAIS

Cismada, debruçada na janela,
Apenas, assiste o tempo passar...
Uma tristonha olhadela,
Uma alma sem amor, sem lugar.

Sonhou como uma cinderela,
Fez mil promessas ao luar,
Foi gaivota, foi o barco a vela,
Na plenitude azul do mar.

Entregou-se sem cautela,
A alguém que não a soube amar,
Destruiu sua cidadela,
Descoloriu seu encanto, seu pomar.

Resistiu à dor, a procela,
Mas, unca mais desejou sonhar...
Criou um mundo só para ela,
Homem nenhum pode entrar.