*** EU NÃO QUERIA SER CRUZ****
*** ***
Nasci e cresci numa linda floresta,
Nos arredores de Jerusalém.
Assim, podia ver os campos salpicados de ovelhas.
O vai e vem das pessoas pelas estradas
E o seu casario que se espalhava no vale.
Constantemente os seus moradores vinham à floresta
Em busca de madeiras para serem usadas em construções,
fabricação de móveis e usos diversos.
Eu aguardava com ansiedade
o dia que seria escolhida.
Desejava me transformassem em algo de grade utilidade.
Finalmente o meu dia chegou.
Vieram uns lenhadores de fisionomia estranha.
Cortaram-me
arrastaram-me morro abaixo.
Confesso que estava emocionada,
cheia de curiosidade:
O que iriam fazer de mim?
Os homens trabalhavam depressa,
Em pouco tempo finalizaram a tarefa.
Qual seria a minha finalidade?
Quando um dos homens respirou aliviado,
enxugando o suor do rosto, falou:
A cruz está pronta
Senti um calafrio
Cruz? Eu?
Haviam me transformado em algo tão repelente,
as pessoas que vinham à floresta
comentavam coisas horríveis sobre cruz.
Falavam sobre a humilhação,
a vergonha e o sofrimento
de quem se era submetido a esse trágico castigo.
A minha emoção
acabou como um encanto
dando lugar a uma grande decepção.
Gostaria de ser útil, algo belo e importante.
Eu não queria ser cruz!.
Fique pensando:
Que infeliz iria agonizar em meus braços?
De repente...
Vi uma multidão enlouquecida gritando, praguejando,
Entre eles um jovem completamente diferente dos demais.
O seu rosto era sereno,
quanta ternura possuía o seu olhar.
Eu conhecia aquele caminhar.
Que inúmeras vezes, passou pela estrada,
sempre acompanhado de grande multidão.
No domingo passado ele,
entrou na cidade com grande acompanhamento.
As pessoas cantavam músicas lindíssimas chamavam-no de Rei ,
atiravam suas capas e galhos na estrada para que Ele passasse.
Por que esta mesma multidão estava tão enfurecida?
O jovem deixava transparecer muita tristeza,
principalmente quando me observava.
Aquele olhar
me deixava desconcertada,
porque deixava transparecer o sofrimento da sua alma.
Um dos carrascos gritou:
Vamos Jesus, peque a sua cruz.
,
Eu iria ser o castigo do meu Criador!!
Naquele momento, se eu tivesse pernas teria fugido.
Ele não iria aguentar comigo, eu era muito pesada.
No entanto ,
o carrasco o chicoteava,
obrigando-o a carregar-me.
E com dificuldade sobre-humana,
Jesus colocou-me sobre os seus ombros.
Um mal-estar terrível se apoderou de mim.
Por estar fazendo parte da maldição que
o Filho de Deus havia se submetido!
Como eu seria feliz
Se tivesse sido a humilde manjedoura
que serviu de berço para o Menino Jesus.
Eu não queria ser cruz!
Gostaria de ser pedacinhos de madeira
para que o Menino Jesus, brincasse comigo
Eu não queria ser cruz!
Gostaria de me tornar um dos móveis
fabricado pelas mãos ágeis do Carpinteiro de Nazaré.
Eu não queria ser cruz!
Gostaria de ser o banco em que Jesus estava sentado
quando o Maria ungiu os seu pés,
como prova de amor e gratidão .
Eu não queria ser cruz!
Eu gostaria de ser aquele barco
onde Jesus dormia sossegadamente,
enquanto o mar se agitava em grande tempestade.
Eu não queria ser cruz!
Gostaria de ser o banco do templo que inúmeras vezes
Jesus sentou-se para cultuar o Pai.
Eu não queria ser cruz!
Gostaria de ser a mesa
que Zaqueu ofereceu um delicioso banquete a Jesus.
Eu não queria ser cruz!
Gostaria de ser um dos carvalhos do Monte das Oliveiras
Para proteger o Senhor Jesus
Enquanto Ele orava ao Pai.
Eu não queria ser cruz!
Eu não queria subir o Gólgota
dilacerando as costas de Jesus.
Eu não queria ser cruz!
De tudo me resta um consolo:
Para todos que aceitarem a Jesus Cristo
Sou símbolo de redenção!
Sou símbolo de salvação!
Do livro MINHA VIDA EM TUAS MÃOS.
de valdinete afra bulhões