A INOCÊNCIA DO TEMPO
Nas cores do tempo onde desnudo e mesclo tons
Separando assim o que é sonho do que é delírio
Não culpando Cronos pelo fim do que seja temporal
Sem nenhum lampejo de infundado ceticismo
Não culparei infatigáveis segundos por meus ciclos
Mesmo conhecendo a untuosidade das horas
O fustigaste desgaste imposto pelos insolentes dias
Onde habita toda niilista e corrosiva ignomínia
Cronos engole teus filhos em ciclos atemporais
E com eles toda verdade no fundo humana recôndita
Não há alento para que se culpe o tempo pelo tempo
Somos protagonistas de nossos humanos instantes
Atores no teatro das vicissitudes por nós intercaladas
Em todos os momentos de nossa intrapessoal rotina
Assumamos os percalços de nossos erros e acertos
Para que a subjetividade não se torne uma verdade inconteste
E possamos culpar o tempo por nossa própria falibilidade
Pois a culpa está em nosso íntimo medo de dizer a verdade
Quando essa está diretamente ligada em nossas abstrações
Na tela onde o tempo ultrapassa a própria moldura
Toda a inocência do tempo em todo tempo o tempo todo
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