ESTRANHA SENSAÇÃO

Desesperança, olhar incolor,
Pensa em algo no fim da tarde,
Para fugir do pavor,
Da morte sem piedade,
Reconhece que a vida é errante,
Que é uma viagem curta,
Reconhece que a morte é certa,
Mas, isso assusta,
A alma, o olhar limitado,
Não se está preparado,
Para esse nefasto encontro,
Não é tão simples assim,
Morrer e pronto,
Há um mistério no ar,
Coisas que martelam o ser,
E mesmo reconhecendo,
Que já se nasce morrendo,
Que não há nada a fazer,
Que nada vai mudar,
O rumo, a ida,
Que a qualquer momento ela virá,
Impiedosa sobre a vida,
A alma fica a cismar,
Com um ar de desencantada,
Fica uma eterna interrogação,
Uma estranha sensação,
De que não se é nada.