Pobres Inocentes...
Sempre imagino
Se o relógio se esqueceu de mim
Ele pausa e não volta
Quando digo não, meu reflexo diz sim.
Eu já mudei meu horário
Não achei saída de nada
Nunca encontro uma luz
Ela brilha e depois se apaga.
Quando será que o relógio
Vai me obedecer e vai mudar?
Se finalmente não vai ser passado.
Mas já cansei de tentar arrumar.
Onde há luz, há sombrio.
A poeira, tampa a saída.
O que é sombrio vira morte.
E a luz, perde a vida.
O ponteiro muda de horário
E o futuro perece.
O tempo pausa quando não quero
E quando quero, ele não obedece.
Quantas vezes quis arrumar o mal
O que só prejudicou o bem
O mundo para e fica parado
E nem eu consigo ir além.
É como tecer teias de aranhas nos pés
E sentir que alguém já esteve ali antes,
Sentindo a brisa da manhã,
E vendo as cores do céu, tão cintilantes.
E o que acontece? Só aí que lembro,
Que em cada pé há teia de aranha.
Fico ali, parada, vendo o mundo girar,
O medo cresce, e a tristeza é tamanha.
Às vezes é sonho, pura ilusão.
Mas às vezes acontece na vida da gente,
É ver alguma coisa e não poder fazer nada,
Acaba com a vida de pobres inocentes.
Quando será que irão conseguir voltar no tempo?
Pra consertar as mortes que foram causadas?
Por incêndios, assassinatos, vinganças,
Por motivos egoístas, ou até por nada.