TANTOS SENTIMENTOS

Estou como um rio,
Que vai secando,
Trilhando,
O seu triste leito,
Sabendo que não vai beijar,
As ondas macias do mar,
Estou com um denso jeito,
Cismando...
Vagando no vazio,
Seguido
De estranhas lembranças,
Perdido nas andanças,
Nas tranças da loucura,
Estou como inquietos ventos,
Uma mistura,
De tantos sentimentos,
Um ser sem ter sido,
Um ir sem ter indo,
Um coração partido,
Um congestionamento,
Estou com um olhar,
Cinzelado, erradio,
Erradio como o meu espírito,
Como o que agora, escrevo,
Estou com vontade de soltar,
Um oceânico grito,
Mas, eu não me atrevo.


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SOLTA O GRITO!

Solta o grito, abre o peito,
o rio segue em seu leito
buscando as águas do mar.
Assim, também, teu sonhar
precisa de asas - magia,
que o poeta fantasia
nos versos que espalha no ar.
Não é loucura, é pura
a esperança que acalentas,
quebra a corrente em teus passos,
rompe os laços dos teus braços...
Cria, sonha, tenta, inventa!
 E escreve, poeta, escreve,
verás que o fardo é mais leve.

(HLuna)