Morre um soldado da Paz

Flores, fuzis e um ataúde,

no odor da pólvora entremeada com jasmim.

Marejo, neste cheiro de morte,

E me engasgo com o amargo gosto da dor.

Suor, lágrimas e alarido

no desesperado eco dos estampidos.

São Honras Militares e

mais um brigadiano antecipa

sua entrega aos vermes.

Mais um nome na história

Mais uma cruz na galeria da unidade

Mas que estará sem glória

quando seu OPM desfilar.

Ele não será: nem cruz,

E nem estrela no Estandarte.

Só valem as “batalhas” do passado.

Morrer, hoje, pelo serviço é uma inglória;

Um incômodo para os colegas e,

Um espetáculo de indiferença à sociedade.

Se por quem se morre, não o reconhece,

talvez só a família expresse que ali jaz,

mais um soldado da PAZ.

Vanderlei Pinheiro
Enviado por Vanderlei Pinheiro em 18/03/2013
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