...___N´alma faz frio
Gélida e perfeita forma descomunal
A desdenhar-me em anátema crua
Um córrego frio se desloca surreal
Pelo sangue morno desta tez nua
Meu coração pulsa emplastrado
Pelas lacunas da intempérie salgada
Acre sabor em mim perpetuado
Dissolve a harmonia antes emanada
Uma hemorragia densa então s´espalha
Pelas veias que antes aqui me aqueciam
Se rebelam em mia suntuosa mortalha
São as letras poéticas que me reverenciam
E um mar de tristeza em meu peito congela
Populando o alçapão desta nau afundada
O sol da meia-noite quiçá por aqui s´agrega
Máculas perfeitas d´uma vida infundada
Oh quão frio aqui se faz
Congelando mias mãos reikianas
Uma lufada desgrenha-me fugaz
É o degelo de mia mente em sanha
Oh quão doce é o fel
Que mesmo amargo, encanta-se ao mel
Desfalecendo a alma
Ressurgindo, o corpo; absorto!