...___N´alma faz frio

Gélida e perfeita forma descomunal

A desdenhar-me em anátema crua

Um córrego frio se desloca surreal

Pelo sangue morno desta tez nua

Meu coração pulsa emplastrado

Pelas lacunas da intempérie salgada

Acre sabor em mim perpetuado

Dissolve a harmonia antes emanada

Uma hemorragia densa então s´espalha

Pelas veias que antes aqui me aqueciam

Se rebelam em mia suntuosa mortalha

São as letras poéticas que me reverenciam

E um mar de tristeza em meu peito congela

Populando o alçapão desta nau afundada

O sol da meia-noite quiçá por aqui s´agrega

Máculas perfeitas d´uma vida infundada

Oh quão frio aqui se faz

Congelando mias mãos reikianas

Uma lufada desgrenha-me fugaz

É o degelo de mia mente em sanha

Oh quão doce é o fel

Que mesmo amargo, encanta-se ao mel

Desfalecendo a alma

Ressurgindo, o corpo; absorto!

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 18/03/2013
Código do texto: T4194641
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