O Cego

Embarcou no coletivo, certo dia,

Nas primeiras horas da manhã...

O cego... Cego e nada via...

A mulher que o conduzia era sã.

O cego se esforçava para olhar,

Com seu olhar vazio, sem enxergar;

Porém, a mulher que o conduzia,

Puxando-o pela roupa o fez sentar.

Quem sabe, o cego ia ao centro,

Resolver os seus negócios na cidade...

Aquele pobre cego era guiado -

Pois era cego... E cego de verdade.

Durante o trajeto, o contemplei,

Fiquei a observá-lo... Ó quanto é triste!

Ser cego... Olhar e não ver

O mundo onde a luz subsiste.

Na parada, a mulher o fez saltar;

O cego, que não enxerga a luz...

Para ele tudo é treva... Nada vê -

Mas confia no guia que o conduz!

trovaliz
Enviado por trovaliz em 17/03/2013
Código do texto: T4193854
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