Ainda é noite
Entregue ao desalento
da solidão desses dias
sinto um aperto no peito
me visita a nostalgia
o futuro tão incerto
nos deixa desamparados
Talvez se eu estivesse junto dele
de novo, em nosso mundinho,
eu pudesse me tornar livre e leve.
Mas a aurora, sempre linda,
enigmática alvorada
traz a esperança de que a felicidade é possível
parece ser infinita a estrada
traz lá no fundo de peito
a sensação de que tudo terá um jeito
e essa vida agora triste e incompleta
será apenas um breve pesadelo
Mas ainda é noite
e o desespero aparece
No entanto, sinto
que as mãos divinas me protegem
e eu vou escrevendo paradoxos
para ver se a alma fica leve