Bicicleta abandonada
Ainda vejo aquela mesma bicicleta abandona
Quantas historias coube em apenas duas rodas.
A brandura alastrava de uma forma sublime,
A cada pedalada uma fragrância de alegria;
Nas estradas ficavam a solidão, os pensamentos maus...
E no coração o anseio de que nunca concluísse toda jovialidade.
Era um busca permanente, incalculável...
As benesses adquiridas para o corpo
Nem era preocupação... Buscávamos só distração .
Mas, foi como um infortúnio toda essa velocidade com que chegou a época:
A maturação abraçou-nos de uma forma grotesca
Levando até os rabiscos escritos numa folha rasgada.
Nem quando olho para trás não consigo ver as pisadas da inocência
Nem muito menos os chavões dos meus antecessores.
O significado brando se foi com a mais terá infância;
Aqui estou mais uma vez a discorrer dos fatos que me são hoje nulos.
O espelho da vida não reflete mais.
Pela janela vejo crianças adultas, e velhos jovens.
Até o céu não tem mais o azul
A inocência se foi...
Tudo é cinza...
Igual a este poema
Logo
Deixará de
Existir.