NUNCA


 
 
Nunca, 
Nem uma palavra...
Teu olhar fechado,
Tua boca, travada!...
 
Quanta coisa oculta,
Sufocada, aflita,
Carinhos sem mãos,
Canções sem ouvidos!...
 
Nunca, 
Nem uma palavra...
E o tempo todo,
Só eu te amava!
 
Enquanto choravas,
Enquanto sofrias
Pelas vidas frias 
Que te ignoravam,
 
Eu sempre morria,
De noite e de dia
Pela tua falta,
Pelo que de ti
Não me conhecia...

Nunca, e o tempo
Passou sobre nós,
Rompendo as amarras
Que nos conectavam!...

Te foste daqui,
Sem sequer notares
Que o tempo todo,
Eu sempre te amara...

Achei tuas cartas,
Abri teus segredos
Tão esparramados
Em palavras tantas
Em livros fechados!

Significados
Não se revelaram...

Nunca mais, e agora
Existe uma ausência
E uma distância
Ainda maiores...

E não há resgate
Para duas almas
Que se separaram
Por mais que elas chorem...

Nunca me ouviste,
E as palavras tristes
Que tu escreveste
Tão desnecessárias!...

Não resta mais nada,
A não ser lembranças,
Arrependimentos
Pelo que ficou
Perdido no tempo.


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Imagem: Ana Bailune
 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 05/03/2013
Reeditado em 05/01/2024
Código do texto: T4172917
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