Acidente

Corre ao sabor do vento

Contramão em redundância

Segue em frente desatento

Vive a vida displicente

Lucidez atrasa a mente

Entorpece a infância.

Preenchendo o vazio

Abafado espaço frio

Causa da velocidade

Nada impede vaga ânsia.

Em desmando e desatino

Acelera o sol a pino

Destrutiva mocidade

Contramão em redundância.

Avermelhado sinal

Borrão voa esvoaçante

Bólido em sólida inércia

Firme estrondo ecoante.

Possante.

Nos lamúrios da idade

Que à vida foi negada

Em vontade estragada

Como metal retorcido

Fere o ego na verdade.

Ao seguir a trilha certa

Segue o tempo rastejante

Desde calmos tempos idos

Abafados em passos largos

Para à funda fenda aberta

Em contramão.

Redundante.