Te levanta, e segue
com tanto pra viver,
com tanto por fazer
justo você? justo agora você?
tropeçando em sonhos, e esperanças?
alimentando expectativas,
e esquecendo como se dança essa dança?
a chuva, que parecia tão fina
já era tempestade anunciada,
que apenas não era sentida
escondida em tamanho guarda-chuva de falsidades
chora, meu filho,
tuas lágrimas na chuva não aparecem
e nem secam, e nem descem..
se misturam àquilo que tu és..
agua, vento, fogo e terra
apenas mais um qualquer,
dentre tantos outros quaisquer
que sonhava um sonho qualquer
esmagado sobre qualquer pé
tamanha estapafúrdia...
assim como tantas vezes
pensou poder confiar no coração do homem
e assim como tantas outras,
descobriu o gosto amargo no fundo do copo de veneno
chora, pequeno
sim.. pequeno
pois mesmo o maior dos homens
se torna denovo criança
que chora como se o fim se aproximasse,
por apenas um joelho ralado..
levanta-te, porém
pois a vida é assim..
uns, você afasta..
outros tantos, sozinhos, vêm..
estende teu braço, a quem quer que seja,
pois és tu, puro
és tu, certeza
de que teu melhor,
não serve pra qualquer um que veja..
mas, ah, meu filho...
tanta dor, tanta saudade
tanta vontade, e arrependimento
vão se esconder, não só por um momento
tão fundo no peito
daquele que hoje te faz chorar..