Fim de caso
Fim de caso.
Delasnieve Daspet
.
Acabou.
Não me perguntes o porquê.
Não! Não te atormentes!
Acabou apenas,
Nada mais!
.
Quando quiseres lembrar-me
Bloqueie.
Finja que morri.
Faça de minha lembrança
A nuvem branca que
Ao longe se vê!
.
Melhor!
Me olhe como a fumaça
Que ao longe passa
E se dessipa no ar!
.
A comédia é finda.
Acabou sem aplausos,
Sem platéia,
Sem final,
Melancolicamente o pano caiu!
.
E...ficou o nada!
O vazio do tempo,
Que enregela a alma,
Que caminha célere...
Para onde?
.
Ficou a tristeza.
O Inverno.
E já não tenho a chama interna
Que me faz forte,
Claudico entro o concreto e o abstrato
Sem razão!
.
Ficamos com as sobras...
O beijo amargo,
O desamparo,
A mão pendendo no vazio,
O corpo gelado,
Nem côncavo. Nem convexo...
A gota de lágrima
Que se perdeu
Nas entranhas da terra.
.
Final de caso.
Nos perdemos como
Uma coisa sem valor
DD_Delasnieve Daspet-11,00hs 28.08.2001 - Campo Grande-MS