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Estar Triste

A tristeza
É como a bruma sobre a paisagem,
Ela deixa tudo incerto
E tudo encoberto
Por uma névoa branca e fria.

É um canto Gregoriano
Vindo do fundo de uma igreja,
Um réquiem,
A tristeza...

É um pássaro que olha para fora,
De dentro de uma gaiola,
É alguém que grita sozinho
E sem esperanças
No meio de um deserto,
E que sente uma sede
Para a qual,
Não existe água...
Morre
Aos poucos
De sede.

A tristeza
É descobrir-se cinzento
Em um dia em que tudo é azul.
É não ser capaz de sorrir
Quando a música toca, e todos dançam.
A tristeza
É a criança
Sentada na calçada fria,
Faminta e descalça.

A tristeza é um rio,
Que corre entre pedras limosas,
E tenta chegar até as rosas,
Mas elas morrem secas,
À margem.

A tristeza é como um funeral
Onde, todos os dias,
Alguém sepulta um coração
Vazio e frio,
Desenterrando-o a cada amanhecer,
Só para constatar
Que ele ainda está morto.

Eu já senti a tristeza,
Mais de uma vez.
Às vezes, ela vem,
E como já nos conhecemos,
Não mais a temo: sentamos juntas,
E temos uma longa conversa,
Examinamos nossos motivos
Para estarmos nos reencontrando,
E quando uma de nós se cansa,
Ela vai embora.

Mas sempre com a promessa de voltar,
E com a condição que eu imponho
De jamais vir para ficar.




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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 28/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4164589
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