FILHO...DURMA.
Durma meu filho,
Sua mãe embala-o nas mãos,
De dezenas mãos femininas que trabalham
Nessa atmosfera;
Onde os amantes como feras,
Amam-se,
E se deixam;
Agem como lobos,
Sonham como Deusas.
Pobres amantes...
Que na complexidade simples do amor,
Encontram-se afogados;
Como por exemplo,
O minúsculo crustáceo,
Denominado ciclope,
Que por baixo da pele do mar,
Ou entre os músculos das rochas,
Dorme.
Durma meu filho,
Hoje acredito entristecido,
Que amanhã,
O amor será
Uma arma esquecida,
Uma chuva fina,
Um pano qualquer como um lenço,
Sobre o gelo das ruas.