Versos em agonia

Serei eu mesmo as palavras dos versos que recrio

Reinventando rimas, numa singela pantomima

Arauto dos desejos que por vezes me alucinam

Maestro de uma infinda e sufocante sinfonia

Fazendo versos como quem recria a fantasia

Revivendo sonhos, como quem fantasia a alegria

Como um palhaço a viver dos sorrisos que fabrica

Enquanto o próprio coração se desfaz em agonia.

Finjo achar pequena a dor que julgo imensa

Na plenitude de um amor que na verdade

É exíguo de sentimento em sua essência

E sigo em frente, como quem não reconhece a indiferença

Paro estático, imóvel diante do silencio que vira poesia

Sinto-me vazio novamente, numa tristeza que beira a agonia

E baixo os olhos para a folha que a minha frente se apresenta

E passo a ser a dor da qual meus versos se alimentam.

Claudio José
Enviado por Claudio José em 23/02/2013
Código do texto: T4155957
Classificação de conteúdo: seguro