Mel e fel

Decolei

não para os ares

mas sim para um buraco

escuro

profundo

fechado – sem rumo

nele não enxergo a vida

o sabor do amor

que renasceu em mim

súbito e eloquentemente

Não vivo

sonho com uma realidade

que bate na minha cara

remexe meus hormônios

tenta afastar os demônios

que o buraco insiste

em impetrar-me

com dedo em riste

Já não sou eu

sou aquela que querias que eu fosse

- felicidade transformada em tristeza

- véu preto sem beleza

- pedra que rola sem presteza

Deixaste o mundo

literalmente torto prá mim

meus afetos distantes

minha agonia gigante

meu amor (o maior de todos)

equilibrando-se entre razão e emoção

para não silenciar a descoberta

bloquear o desejo

à felicidade dar vazão

Um dia (quem sabe um dia)

eu entenda o que fizeste

expurgue toda dúvida cruel

entenda o teu fel

20/02/2013

rosalva-cantinhodopapo.blogspot.com

Rosalva
Enviado por Rosalva em 21/02/2013
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