Poema final
Guardando o cenário, saindo de cena
Registrando-me em um poema final
Sabendo que pra todo escrito existe uma borracha
Sedenta para apagar lágrimas.
Já não o fiz em tantas rimas, não o fiz em espírito lúdico
Minh’alma de engrenagens paradas
Parece estar mesmo no escuro.
Me embriaguei no melhor dos sentidos
Mas antes de terminar deixei cair a garrafa, não a atirei!
O líquido era sentimento de ouro fundido
E eu o vi, e o perdi, eu o perdi, enfim.
Era uma vez faíscas
Que no meu sopro e assopro se apagaram
Era uma vez luz
Que vinha de um espelho no cristal que a refletia por mim
São ironias da vida, e eu as sentirei ainda sozinha, à parte
Presenciando outra vez o chão que reparte.
Sou novamente mistura de água e sal em gotas
Agora sou calada
Agora sou respingo, excluída de sua estrada.
Me alienou em um canto
E aqui encerrarei a estadia do recanto.
Promessa alada, te entendo por não ser igual
Aqui estou guardando o cenário, saindo de cena
Em um poema final.