Tristeza não tem fim

Tudo pode estar claro como um dia

Que ainda assim é noite;

Basta que escureça o coração.

Quanta agonia na alma do poeta

Se os ventos sopram ameaçadores.

O céu de cinza e chumbo desaba;

Ainda bem que caem gotas.

Porque só Deus controla a sua mão.

As palavras cortam feito navalhas

Na carne; os nervos doem e tremem

No estranhamento do espírito.

Cada vez mais emudecem os sonhos.

Só que todos acham e exigem

Que tem que ser bela a poesia.

Tem horas que não adianta

Fingir que é dor uma dor deveras sentida.

As horas se estraçalham na vidraça

Feito pássaros perdidos que

Parece não quererem mais voar.

Os ninhos estão infestados de bestas

Que roubam seus filhotes distraídos;

A mentira, a falsidade traz o pranto

E fazem da própria natureza desencanto.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 17/02/2013
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