ANGÚSTIA

Depois que perdeu o seu amor,
Portas, janelas fechadas,
Ela ali, sem si, recolhida,
Em um silêncio assustador,
E as semanas ficam compridas,
Sombras e sombras sobre o seu nada,
Que ainda ontem, era tudo,
A dor fragmenta as entranhas,
Deixa cada momento tenso, rudo.
A entrega foi tamanha,
A um amor que estava escrito,
No brilho da lua platina.
Não! não estava; se estava, foi apagado,
O encanto se desfez,
No olhar frio de adeus,
De algúem que dizia ser  tão seu,
Pobre, inocente menina!
Nas entrelinhas dos seus porquês,
Agora, sozinha, não sabe o que fazer,
Com esse coração despedaçado,
Com essa angústia de ser,
Esse ser desencantado,
Sem forças para viver.