A foto

Sentado na mesa, e cheio de si e cia, já vislumbrei seu retrato, nem tão sorridente, nem tão feliz, está sério como ouço tocar o bumba contundente, de meu coração reticente de infelicidade. Um som ardido, calado, ecoa, e nenhum meteorito vem abalar minhas vidraças, já que são tão lúcidas e transparentes...

Vejo a sua conquista, só posso desejar a sua alegria.

Mas a tristeza que me abate entre as lágrimas que rolam da perda é a esperança.

Ninguém quer e almeja o seu recebido desdém.

Nada importa.

Uma foto fria e distante de mim, e desejosa de um sentimento que só poderá me oferecer, quem tem os sentimentos a oferecer.

O mercado do amor, não me interessa.

O mercado do corpo, não me interessa.

A paz e a tranquilidade que almejo, vem da correta relação de correspondência, sem engano e sem mentira.

Sigo adiante buscando achar alguém que me tire dessa tristeza agarrada, como carrapicho persistente, no meu coração sem dono.