DAS CINZAS
O cordão de fogo abraça o topo da serra
Consumindo suas formas, até as entranhas
E o vento arauto eleva as suas cinzas
Para o céu, onde deixei ficar
Meu sonho de brincar, peralta
Como o menino que corre sorrindo atrás da pipa
Ela chega em suas mãos e o pequeno vai ao ar
Mas hoje tudo está pardo, soterrado em contrição
É dia de cinzas
E é para isso que elas servem
Fazer o chão tocar os joelhos
E pedirmos perdão
Por ter ousado brincar de sonhar