Velho desgosto
Quero ver a sua cara
Quando um belo dia
Nos acasos desta vida, chorar
Só por ironia.
E a vida nos deixar,
Cara a cara, outra vez.
Você vai estar marcada
Com certeza...
Pois o tempo não perdoa,
Como nossos pais.
E destrói a beleza.
O tempo é que nos faz
Todos iguais.
Você vai procurar então,
Ver no meu rosto
O que ficou de vez,
Do meu velho desgosto,
Das coisas todas
Que você me fez...
E então...
Em um riso descarado
Vou lhe dizer,
Não tenho mais passado,
Me esqueci
De vez do seu amor.
Quero ver seu cabelo branco
Bem desarrumado,
Seu sorriso entristecido,
Falso e desbotado,
Suas mãos cansadas
De tanto lutar,
Como um animal enjaulado.
Quero ver no seu olhar um pouco de loucura,
E sentir na sua voz,
Um tanto de amargura,
Remorso pelo que você
Me fez,
E não ser
A primeira vez.
Talvez eu vá sentir então,
Um pouco de piedade,
Quando notar, que a felicidade,
Foi como a chuva que não lhe molhou,
Felicidade, você não teve, só recebeste não,
A vida lhe negou.
Quando rir, um riso debochado,
Quando souber, que tudo deu errado,
Que era eu,
Por fim, o seu amor.
Quero ver a sua cara
Quando eu for sincero,
E lhe disser que ainda lhe quero,
Que eu ri pra não chorar.
E então...
Juntar os pedaços da gente,
Beijar você, apaixonadamente,
E ser feliz,
Pela primeira vez.
Juntar as tristezas da gente,
Beijar você num beijo doce e quente,
E ser feliz, pela primeira vez.
Juntar o que restou da gente,
Beijar você de um jeito diferente,
E fazer o amor...
Que a gente ainda não fez.
by arialdo