Ode à Tristeza
Tortura infinita do infinito
saudade soturna da melancolia
lembranças de tudo o que foi maldito
Indistinção da questão nunca distinta
Dor no peito da dor que não cessa
Gangrena do corpo que nunca se curou
Dor maldita que voltou
Vontade de correr com toda a pressa
do mundo.
Tortura, oh tortura na alcova escura
Delírios, lírios e síbilos cantados na soturna.
Gorjeios, gorjeios, lamentos e gritos
de lamentos.
Quartos, quartos de meia volta
Quartos de deitar na cama sozinho, soturna
lida, idílio que não se houve, dor que volta
Sofrimento que não cessa.