Nos lábios o sabor amargo de um doce pecado
E nos olhos a miragem de uma noite cálidaque foi esquecida dentre tantas outras noites frias...
Onde o inverno era escaldante e fatigoso
Como um dia quente ao pino do meio dia!
E amar não foi amor...E abraçar não foi reencontrar
E tudo foi um sonho alegre, que triste...Acabou!
Vinguei-me da dor com meu labor e dei cada gota de minha vida
para quem morria, para quem sofria...Para quem minh'alma matou!
Nada do tudo que vivi passou...
O mar, as lágrimas e o sangue que ofertei
foram joias em minha cabeça...O que me restou!
Quem sou neste mar azul de solidão?
Minhas palavras soltas ao vento?
O reflexo passado de um tormento?
Quem és tu alma, que alegre, cantas a vida
Calando em tua poesia teu choro de lamento?
Deito meu espirito em alcova de solidão
Em verdejante paraíso uma porta se abre meio ao nada!
Não durmo, pois realidade é uma noite sonhada!
Temo os encorajamentos do sonhar
Pois eu não acredito...Eu não quero mais acreditar...
Que há oásis em meu deserto...
Que há certezas no que é incerto!
Tudo cansa e a traição matou a criança
Minhas noites são insones
pois, não quero os sonhos e suas esperanças!
Paro diante o espelho e escolho um sorriso
Brilha em meus olhos a boa vontade em promover mudança
Dou minha felicidade ensaiada para quem chora
Uma ponta de contentamento....
O mais triste dos homens alegra com um tanto de esperança!