SEM FIM, SEM COMEÇO...

Sem fim, Sem Começo

Estão ali jogados

Num canto escondido

Sentimentos calados

Dor, falta, suplício...

Extinguiu-se uma doce voz

Que eu queria ouvir

Estão ali intocados

Os gestos de amor ceifados

O brilho dos olhos seqüestrado

A luz da alma se apagou...

Estão ali fechados

No cadinho do esquecimento

Torturados sentimentos

Presente e passado

Parte do mesmo ato

Em solo

Em pranto

Em dor

Em dó menor

Só.

Sentimentos misturados

Desejos despertados

Sonhos abafados

Dormente

Demente

Sente...

Ausência

Saudade

Presença

No escuro perdura a noite...

Crua

Sem espera

Sem lua bela

Sem euforia

Sem estrelas

Vazia

Oca

Sem bocas

Sem som

Sem rima

sem tom

Sem voz

Sem tu

Sem eu

Sem porto

Sem cais

Só ais

Blues

Nus

Chão sem céu

Sem doce

Sem fel

Morno

Pobre

Réu

Do tempo sem vento

Sem fronteira

Parece só ribanceira

Esses versos meus!

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 15/03/2007
Código do texto: T413568