Cômodo vazio
Era uma vez uma casa muito engraçada
e sem saber eu sabia o que você não sabia
o que eu não sabia o que você sabia
e nós sabíamos que éramos felizes
sem saber...
nem chegamos a pensar nisso.
E sem querer você partiu para algum lugar.
A casa tão cheia ficou diferente e esquisita:
fria e densa e sombria e desbotada e vazia.
A luz só alcança a porta
e as quinas da tristeza em que me feri.
A casa estava cheia de nós dois.
Agora sou um estranho.
Nem eu mesmo me conheço e reconheço-...me.
Não sou dono de mim mesmo
Nem me encontro no espelho.
O cômodo está vazio.
E isso me incomoda.
Dentro de mim não mais habito.
E a lar ando em busca de conforto fazendo o meu hábito...
Perdi a chave da casa
apesar de não suportar a dor de morar dentro de mim
e me refugiar ou esconder...
e saio por aí...
encontrar o silêncio no avesso do vento
achar e quem sabe reencontrar...