Cômodo vazio

Era uma vez uma casa muito engraçada

e sem saber eu sabia o que você não sabia

o que eu não sabia o que você sabia

e nós sabíamos que éramos felizes

sem saber...

nem chegamos a pensar nisso.

E sem querer você partiu para algum lugar.

A casa tão cheia ficou diferente e esquisita:

fria e densa e sombria e desbotada e vazia.

A luz só alcança a porta

e as quinas da tristeza em que me feri.

A casa estava cheia de nós dois.

Agora sou um estranho.

Nem eu mesmo me conheço e reconheço-...me.

Não sou dono de mim mesmo

Nem me encontro no espelho.

O cômodo está vazio.

E isso me incomoda.

Dentro de mim não mais habito.

E a lar ando em busca de conforto fazendo o meu hábito...

Perdi a chave da casa

apesar de não suportar a dor de morar dentro de mim

e me refugiar ou esconder...

e saio por aí...

encontrar o silêncio no avesso do vento

achar e quem sabe reencontrar...

Victor Ricardo
Enviado por Victor Ricardo em 10/02/2013
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