Do Mundo.

Sou um pedaço do teu corpo.

Um pouco de tua miséria.

E do espaço que me poupo

Atrai a dor para estranha matéria.

Sofrimento tão nítido

Quando os choros estão a afogar.

E o mal que adentra o ouvido

Busca na alma o amor dizimar.

Esqueletos perdidos em campos vagos

Caminham tortos para não caírem

Enquanto outros, com passos largos,

Estão sempre a postos para os ferirem.

E o sangue que pinga da pobre veia,

Produzido por suor tão banal,

É o mesmo que mantem a casa cheia

Do rei deste maravilhoso inferno social.

Vinicius Marques
Enviado por Vinicius Marques em 08/02/2013
Código do texto: T4129975
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.