NEU MAR DESERTO
Descalço pisei a areia quente e fina,
Sentei-me junto à espuma das ondas
Que rebentavam brancas e sonoras,
Com murmúrios e muitos queixumes
Das nossas aventuras antes vividas
E não repetidas, memórias guardadas.
Meu olhar perscrutou o horizonte,
Com a esperança de vislumbrar
Algum barco, algum sinal,
Que me trouxesse notícias d’ África,
Desilusão, tristeza, resignação,
O momento era vazio, feito de nada.
O Sol se despediu e me abandonou,
Adormeci, minha memória se rendeu,
A um profundo pesadelo,
Que me deixou arrasado.
Depois de ter acordado,
Regressei à realidade.