poetry
Meu corpo sem o seu
Não é corpo
É apêndice
Meus olhos sem você
Para ver
Não prestam
São inúteis
Cegos e não táteis
Minha mão sem a sua
Perde a razão de ser mão
E vira mero prolongamento
Vazio e sem expressão
Minha alma sem a sua
Não é alma
É cheiro de éter de hospital
A lembrar doenças e gemidos
Tão íntimos que são ouvidos
Longe,
bem longe da ferida
é mera recordação de
um passado sensível
e soterrado de cal e
esquecimento
Sepultamos em nossa separação
Mais do que corpos,
almas,
Mais do que almas,
sentimentos,
Mais do que tudo
Um mundo inteiro
Vivido por todas
Emoções
Construídas por convivência