POEMA DA AMARGURA

Sou como um estrangeiro em busca do tempo perdido

Num processo de loucura da condição humana sem tempo medido

Que viaja ao fundo da noite perto das vinhas da ira

Por quem os sinos dobram nos bosques das ilusões perdidas

Perdido no dilema entre o ser e o nada, sem você sem vida

Palavras, alcoóis, o lótus azul, a rosa e o nome

Não vejo mais graça nos tristes trópicos toda vez que você some

Saio e entro num admirável mundo novo pois o meu velho já não existe mais

Desde mil novecentos e oitenta e quatro não jogo o ás

No escuro da noite vejo a obra do vampiro que te tira de mim

No meu último suspiro, sou teu Ulisses e você é minha Lolita

Porque sem você me vejo perdido no deserto dos Tártaros

Com você consigo ver a beleza dos signos, como és bonita

Sem você vivo cem anos de solidão, o silêncio, o som e a fúria, olhos bárbaros

Ah amor, topor, confusão de sentimentos e tudo o vento levou

Que saudades eu tenho de você que está aqui perto de mim

Subo a montanha mágica, minha alegria dá bom dia à tristeza, nada mais restou

Ouço o silêncio da alma, sob o sol escuro, o desprezo de um sim

Vivo a guerra dos mundos o meu e o seu, sou o senhor dos anéis

Ouço a balada do mar salgado, e viajo até a capital da dor

As palavras e as coisas com o pé na estrada, seu amor

Alucinações, ficções, sou um general do exército morto

Sou um romancista cigano, um homem sem qualidades, desgosto

Vinvendo em furor e no mistério, crucificação encarnada

Penando pelo mundo por sua causa minha ex-amada.

Itair (13:08h) dias 01-02fev2013.

ITAIR
Enviado por ITAIR em 02/02/2013
Código do texto: T4119257
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