MENDIGO
Maltrapilho,
sozinho no mundo,
expulso dos lares,
vagador das estradas,
onde não encontra paradas.
Lázaro das praças,
devassador dos lixos,
catador de migalhas,
sombra de homem,
de vida rasgada,
maltratada,
jogada no lamaçal da vergonha.
Na noite sem sono,
nem sonho,
o céu como teto,
devaneia em transe,
sua vida de outrora,
que foi boa
e hoje lhe maltrata.
Menino-homem,
velho antes dos vinte,
vestes rotas,
envolta em trapos,
carente de comida,
sem documento,
ausente do mundo,
tem no entanto,
as dádivas de Deus.
01-02-2013