Minha dor...
Em orfânicos instantes mora minha dor
que, como nuvens ligeiras,
não passa tão lenta.
A dor em ascese não é a minha dor,
antes vista pelas retinas sombreadas,
nas mãos mestiças que me agarram
como se só a mim quisessem abraçar.
E longe da noite fazer-se madrugada,
ela faz-me chorar em tantos soluços,
debruçada em memória vasta,
inquilina de longa e vã lembrança viva
essa dor aprendida...
retida em meus olhares,
que mora em minha alma,
maltratando um coração ...
que ama tanto
e que chora mais que seu próprio desencanto
por amar sem ser a dois...